2007-02-06

Morte Materna

Já li várias vezes que um dos riscos do aborto clandestino é a possibilidade de a mãe que aborta vir a falecer por causa desse procedimento. Sem querer voltar à explicação que não sou a favor do aborto clandestino, mas sim da sua erradicação, gostava, no entanto, de alertar para algumas falácias que têm vindo a ser utilizadas. Fui consultar vários sites com informação fidedigna sobre o assunto, nomeadamente o site da OMS, da DGS, da UNICEF, etc., e descobri que realmente o aborto clandestino causa entre 15% a 20% da morte materna. Dito assim, parece um grave problema de saúde pública. O problema é que as mortes maternas, em Portugal, devidas ao aborto têm variado, desde 1997 até 2004 (números disponíveis) entre 5 e 9 mulheres/ano. Mais, tendo em atenção a ratio demográfica do País, este número é consideravelmente mais baixo que noutros países onde o aborto se encontra despenalizado. E tendo em atenção que, apesar do número variar consoante o interesse que nele se tenha, morrem, pelo menos, 15000 crianças em Portugal por causa do aborto, não será seguramente o indicador deste tipo de morte materna que deverá influenciar a decisão sobre a IVG.

http://www.unicef.pt/docs/pdf_arquivo/2003/03-10-20_mortalidade_materna.pdf
http://www.ics.ul.pt/investiga/projectos/sitsoc/cap/cap2.htm
http://www.apfn.com.pt/Noticias/Out2003/mortalidade.htm
http://www3.who.int/whosis/core/core_select.cfm
etc.