2007-01-17

Razões de um voto - 1

Sem pretender ser dono da verdade e da razão, acredito militantemente que nasce uma vida com a fecundação. Não antes nem depois. E tenho para mim que essa vida, manifestamente humana, representa um ser indefeso que carece da nossa protecção. Não concebo, em geral, qualquer limite ao direito à vida senão as reservas que o próprio titular lhe queira atribuir. Ou seja, só por opção própria, poderá este direito ser restringido ou afastado. O direito à vida é, no meu entendimento, a base e a condição essencial para todos os outros direitos de que podemos ser titulares. Por isso e por estar em causa um ente indefeso sou fundamentalmente contra a despenalização da IVG. Acho que como qualquer atentado à vida deve ser objecto da grave reprovação da sociedade e como tal tipificado como crime. Aliás, acredito que o futuro aponta para a protecção da vida em fases cada vez mais precoces. Assim, não me choca, mais cedo ou mais tarde o feto será, e bem, legalmente defendido como são aqueles que já nasceram. Mas, ponto fulcral e inicial de discussão, acredito que com a união entre o espermatozóide e o óvulo se cria uma nova vida (obviamente humana). Não antes nem depois.